quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A Torre de Belém

          A Torre de Belém é um dos monumentos mais expressivos da cidade de Lisboa. Localiza-se na margem direita do rio Tejo, onde existiu outrora a praia de Belém. Inicialmente cercada pelas águas em todo o seu perímetro, progressivamente foi envolvida pela praia, até se incorporar hoje à terra firme. O monumento se destaca pelo nacionalismo implícito, visto que é todo rodeado por decorações do Brasão de armas de Portugal, incluindo inscrições de cruzes da Ordem de Cristo nas janelas de baluarte; tais características remetem principalmente à arquitetura típica de uma época em que o país era uma potência global (a do início da Idade Moderna). Classificada como Património Mundial pela UNESCO desde 1983, foi eleita como uma das Sete maravilhas de Portugal em 7 de julho de 2007.
          Originalmente sob a invocação de São Vicente de Saragoça, padroeiro da cidade de Lisboa, designada no século XVI pelo nome de Baluarte de São Vicente a par de Belém e por Baluarte do Restelo, esta fortificação integrava o plano defensivo da barra do rio Tejo projetado à época de João II de Portugal (1481-95), integrado na margem direita do rio pelo Baluarte de Cascais e, na esquerda, pelo Baluarte da Caparica. O cronista Garcia de Resende foi o autor do seu risco inicial, tendo registado:
"E assim mandou fazer então a (...) torre e baluarte de Caparica, defronte de Belém, em que estava muita e grande artilharia; e tinha ordenado de fazer uma forte fortaleza onde ora está a formosa torre de Belém, que el-Rei D. Manuel, que santa glória haja, mandou fazer; para que a fortaleza de uma parte e a torre da outra tolhessem a entrada do rio. A qual fortaleza eu por seu mandado debuxei, e com ele ordenei a sua vontade; e tinha já dada a capitania dela [a] Álvaro da Cunha, seu estribeiro-mor, e pessoa de que muito confiava; e porque el-Rei João faleceu, não houve tempo para se fazer" (RESENDE, Garcia de. Crônica de D. João II, 1545.),
          A estrutura só viria a ser iniciada em 1514, sob o reinado de Manuel I de Portugal (1495-1521), tendo como arquitecto Francisco de Arruda. Localizava-se sobre um afloramento rochoso nas águas do rio, fronteiro à antiga praia de Belém, e destinava-se a substituir a antiga nau artilhada, ancorada naquele trecho, de onde partiam as frotas para as Índias. As suas obras ficaram a cargo de Diogo Boitaca, que, à época, também dirigia as já adiantadas obras do vizinho Mosteiro dos Jerónimos. Concluída em 1520, foi seu primeiro alcaide Gaspar de Paiva, nomeado para a função no ano seguinte.
          Com a evolução dos meios de ataque e defesa, a estrutura foi, gradualmente, perdendo a sua função defensiva original. Ao longo dos séculos foi utilizada como registo aduaneiro, posto de sinalização telegráfico e farol. Os seus paióis foram utilizados como masmorras para presos políticos durante o reinado de Filipe II de Espanha (1580-1598), e, mais tarde, por D. João IV de Portugal (1640-1656). O Arcebispo de Braga e Primaz das Espanhas, D. Sebastião de Matos de Noronha (1586-1641), por coligação à Espanha e fazendo frente a D. João IV, foi preso e mandado recluso para a Torre de Belém.

                                       

        

A Expansão Ultramarina

          A Expansão Ultramarina e a Revolução Comercial caminharam juntas. Durante os séculos XV, XVI e XVII, várias nações se lançaram aos mares, eram dois os motivos principais: encontrar um novo caminho que os levassem às Índias e a procura por novos territórios. Pela primeira vez na história, vai se comprovar a esfericidade da Terra e a inteligação dos oceanos. À medida que a Europa começava a emergir das calamidades herdadas do século XIV, novos desafios apresentavam-se às monarquias nacionais e esses desafios apontavam em diração ao mar, para a expansão das nações européias em direção a outros continentes. Vários fatores contribuiram para a chamada "Grandes Navegações", primeiramente, foi o déficit em relação ao comércio com o Oriente; eles compravam mais do que vendiam, causando desigualdades na balança comercial; outro grande problema era o monopólio das cidades italianas de Gênova e Veneza ao comércio das Índias; um outro fator preponderante foi a aliança entre burqueses e reis, através das monarquias nacionais. Portugal foi o primeiro país européu a se lançar às Grandes Navegações e inúmeras razões concorreram para isso.: a insuficiência portuguesa em metais preciosos para a cunhagem de moedas, o que foi chamado de fome metálica; a falta de produtos agrícolas e de mão de obra, já que o país é pequeno e com pouca terra propícia à agricultura; o desejo de expandir a fé cristã; e a necessidade de novos mercados.  A Escola de Sagres  vai ter um papel muito importante nesse processo devido aos estudos teóricos naúticos. Portugal tinha posição geográfica privilegiada e era um ponto de escala comercial para os navios que vinham de cidades italianas pelo Mediterrâneo rumo ao norte da Europa. A conquista de Ceuta em 1415, vai se tornar o marco inicial da expansão ultramarina portuguesa. 

                                      
                                                                              Torre de Belém, simbolo das grandes navegações

Primeiro mapa a registrar o novo continente com o nome "América", em 1507

                
                   Primeiro mapa a registrar o novo continente com o nome "América", em 1507.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Os Grandes Navegadores Portugueses

Vasco da Gama


Bartolomeu Dias

Selos portugueses em homenagem aos navegadores - 1945

Pedro Álvares Cabral

Torre de Belém - Daqui saíam os navegadores para as viagens ao redor do mundo

Monumento aos navegadores - Belém - Portugal

Estátua do Infante D. Henrique, responsável pelas Grandes Navegações portuguesa

A Colonização Portuguesa

          Os portugueses sempre estiveram ligados à colonização, podemos dizer que a colonização recente no mundo começou com os "descobrimentos" e com a exploração das Ilhas Canárias pelos portugueses no início do século XIV. Portugal ainda conquistou, e de forma violenta em 1415, Ceuta. Seus navegadores continuaram a explorar a costa da àfrica para o sul e depois ao longo do Oceano Índico, chegando finalmente à Índia, ocupando Goa em 1510. Em 1511, o conquistador portugues Afonso de Albuquerque invadiu Malaca, um sultanato na Malásia, estabelecendo ali o domínio português. Em 1557, os portugueses chegaram à China, onde fundam a colônia de Macau. Antes, em 1500, o navegador português Pedro Álvares Cabral "descobre" o Brasil e a partir de 1534, inicia-se a colonização efetiva do Brasil com a criação das primeiras capitanias. Denominadas de Capitanias Hereditárias, faixas de terras foram doadas aos nobres de Portugal com o intuíto de tomar posse e assim, evitar a invasão do Brasil por outras nações européias.

       

                                           
A Primeira Missa no Brasil por Vitor Meireles              
                                                                           

                      

Pedro Álvares Cabral

                                               

          Provavelmente Pedro Álvares Cabral  nasceu em Belmonte, Portugal  em 1467 e morreu em Santarém em 1520 sem ter sido reconhecido a sua importância. Era filho de Fernão Cabral e de D. Isabel Gouvea. D. Manuel, o rei entrega a ele a importante incubência de comandar a expedição que tinha como objetivo continuar a obra de Vasco da Gama na Índia. Cabral saiu de Lisboa no dia 9 de março de 1500, com dez naus de guerra, um navio redondo de transporte e algumas embarcações mercantes. A tripulação era composta por navegadores com muita experiência, como Bartolomeu Dias, Nicolau Dias, Nicolau Coelho e Gaspar de Lemos. Nos navios ainda iam padres, soldados e comerciantes portugueses. Eles chegaram às Ilhas Canárias a 14 de março e no dia 22 a Cabo Verde. No dia 22 de abril avistam um monte alto e redondo que denominou de Monte Pascoal, por estarem na semana da Páscoa. Ao sul do monte a faixa de terras baixas foi batizada de Ilha de Vera Cruz, pois pensavam se tratar de uma grande ilha o que foi desmentido mais tarde, então, mudaram o nome para  Terra de Santa Cruz. Em 1503, por causa de uma árvore chamada de pau-brasil, a nova terra é rebatizada de Brasil. Cabral continuou a sua viagem para a Índia e regressa a Lisboa no dia 23 de junho de 1501, caindo na obscuridade.

                                             

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

As Capitanias Hereditárias

                                                 
                  Capitanias hereditárias (Luís Teixeira. Roteiro de todos os sinais..., c. 1586. Lisboa, Biblioteca da Ajuda

          As capitanias foram uma forma de administração territórial do império português implementado no Brasil nos mesmos moldes já experimentado em outras colônias de Portugal. Com recursos limitados, a coroa poruguesa delega a tarefa de colonização e exploração de determinadas áreas a particulares, membros da baixa nobreza. Esse sistema aqui no Brasil ficou conhecido como Capitanias Hereditárias, uma vez que passava de pais para filhos, tendo vigorado sob diversas formas durante o período colonial, do início do século XVI até o século XVIII, quando o sistema de hereditariedade foi extinto pelo Marquês de Pombal em 1759, ou seja, a hereditariedade foi abolida, mas a denominação capitania não.

Ficheiro:Martimafonsodesouza.png
Martim Afonso de Souza por Benedito Calixto

Os beneficiários, no total de doze, eram elementos da pequena nobreza de Portugal, dos quais sete haviam se destacado nas campanhas da África e na Índia, quatro eram altos funcionários da corte e um deles era capitão de confiança de Martim Afonso de Souza. Eles não possuíam, em sua maioria, capital ou outros recursos que lhes permitissem fazer progredir as terras, apesar dos enormes privilégios jurídicos e fiscais que a Coroa lhes concedera. Esses privilégios incluíam: 
a- O direito de fundar cidades e de lhes atribuir direitos municipais;
b- O direito da pena capital para escravos, pagãos e cristãos das classes mais baixas;
c- O direito de cobrar impostos locais, exceto no que se refeia à mercadorias 9como o pau-brasil) que constituíam em monopólio da Coroa;
d- O direito de autorizar construções, como de engenhos de açúcar, e de receber dízimas sobre determinados produtos, entre os quais o açúcar e o peixe.
          O sistema de donatários, combinando elementos feudais e capitalistas, havia sido utilizado com êxito no desenvolvimento das ilhas da Madeira e dos Açores, e foi aplicado com menor êxito no arquipélago de Cabo Verde e, durante curto espaço de tempo em Angola em 1775.

                                     



domingo, 20 de novembro de 2011

Estátua em homenagem a Pedro Álvares Cabral

                                     
                                      Estátua em homenagem explorador Pedro Álvares Cabral em Belmonte, Portugal         
  

                                                               
                                                                   Selo português em homenagem ao descobridor


                             
                           Monumento a Pedro Álvares Cabral em Porto Seguro-Ba

A conquista do território

          A conquista do território brasileiro está contida no vasto processo da expansão marítima europeia do século XV, que envolveu uma teia complexa de processos e relações encetadas por toda Europa. Este processo não foi apenas econômico ou comercial, estão embutidas aí, interesses políticos, religiosos e concepções filosóficas.
 
Pedro Álvares Cabral

Pedro Álvares Cabral aos 32 ou 33 anos de idade em uma pintura do início do século XX. Não há registros de retratos de Cabral contemporâneos à sua época.
          Pedro Álvares Cabral nasceu em Belmonte em 1467 ou 68 e faleceu em Santarém em 1520. Fidalgo, comandante militar, navegador e explorador potuguês, creditado como o "descobridor do Brasil". Realizou a primeira exploração significativa da costa nordeste da América do Sul. Nomeado pelo rei de Portugal para chefiar uma expedição à Índia em 1500, seguindo a rota recém-inaugurada por Vasco da Gama contornando a África. O objetivo dessa expedição era retornar com especiarias e estabeleçer relações comerciais com a Índia. Comandando uma frota de 13 navios, Cabrau se  afastou em demasia da costa africana, não se sabe se intensionalmente ou por obra de uma forte tempestade. A frota de Cabral desembarca em terras brasileiras achando que se tratava de uma grande ilha ao qual deu o nome de Vera Cruz. Faz contato com os nativos, explora o litoral e descobre que a grande massa de terra era provavelmente um continente, despachando em seguida um navio para notificar o rei Manuel I da descoberta das terras. A frota reabasteceu-se e continuou a viagem rumo a leste, com a finalidade de retornar a viagem à Índia.
                                          

A Escola de Sagres

Infante D. Henrique, filho de do rei de Portugal D. João I, incentivador da Escola de Sagres


Bússula

Astrolábio
Sextante

       A Escola de Sagres constitui um dos grandes mitos da história potuguesa, resultante de deficientes interpretações de crônicas antigas. Com base no pressuposto de que o infante D. Henrique convidou um cartógrafo catalão para se colocar ao seu serviço, provavelmente esse cartógrafo, segundo historiadores, tenha sido Damião de Góis. Criada a escola náutica por volta de 1417, no Algarve, teria assim formado grandes descobridores como Vasco da Gama e Cristóvão Colombo além do "descobridor" do Brasil, Pedro Álvares Cabral. A primeira pessoa a mencionar a Escola de Sagres, foi o historiador inglês Samuel Purchas no século XVII, embora já antes, Damião de Góis aludisse uma escola patrocinada pelo infante. Segundo os historiadores, depois do regresso de D. Henrique de Ceuta, fixa-se em Sagres, na Vila do Infante e começa a dar os primeiros passos na criação de uma escola que pudesse reunir o máximo de mestres nas artes e ciências ligadas à navegação. Era um lugar de reunião de mareantes e cientistas onde, aproveitando a ciência dos doutores e a prática do habéis marinheiros, se desenvolveram novos métodos de navegação, desenharam cartas e adaptaram navios. Instrumentos como a bússula, o sextante e o astrolábio foram importantes para que os navegadores pudessem singrar os mares em busca de novas descobertas.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_de_Sagres



A primazia de Portugal nas Grandes Navegações

        



Torre de Belém, simbolo das Grandes Navegações

Nau portuguesa utilizada nas viagens


           Portugal foi o pioneiro nas navegações dos séculos XV e XVI, os portugueses empreenderam grandes expedições na esperança de atingir por mar as regiões do Oriente: Índia, Insulíndia, China e Japão, em busca de riquezas. A Espanha, por causa da luta contra os mouros, só inicia as suas viagens mais tarde. Seguindo o exemplo dos ibéricos, outras potências, principalmente Inglaterra, França e Holanda, que tinham portos no Atlântico, realizaram, nos dois séculos seguintes, explorações marítimas. A grande experiência em navegações, principalmente na pesca de bacalhau, ajudou muito o país ibérico a se lançar à frente dos outros países europeus em busca de novas terras e ao caminho que o levasse às  Índias. Portugal contou com uma quantaidade significativa de investimentos de capital vindos da burguesia e também da nobreza, interessadas nos lucros que este negócio poderia gerar. Neste país também houve a preocupação com os estudos náuticos, pois os portugueses chegaram a criar um centro de estudos denominado  Escola de Sagres.


http://www.google.com.br/imgres?q=as+grandes+navega%C3%A7%C3%B5es+portuguesas&hl=pt-BR&biw=1024&bih=562&gbv=2&tbm=isch&tbnid=DkvSVVxaKUOoBM:&imgrefurl=http://revivendo-fatos-
http://www.suapesquisa.com/grandesnavegacoes/